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O Eva de Saulo Fernandes


Há 3 anos atrás Saulo Fernandes deixou a Banda Eva depois de longos 11 anos de muito sucesso e duras batalhas. No começo, lá em 2002, muita gente duvidou do potencial do rapaz e apostou que o cantor seria, na liderança da banda, uma nova Emanuelle Araújo – sua antecessora, que recebeu grande rejeição do público ao substituir Ivete Sangalo e pulou fora com apenas 2 anos e meio de grupo. Mas com Saulo foi diferente.


O primeiro álbum em sua gestão, Pra Valer (2002), seguia a risca a cartilha dos anteriores, com músicas previsíveis e sem muita novidade. Vendeu 30 mil cópias sem grande alarde. Já em É do Eva (2004), seu primeiro ao vivo, Saulo começou mostrar ao que veio, com muita empolgação no palco e utilizando seus vocais para levar 70 mil cópias com a faixa-título. Em 25 Anos (2005), o cantor recebeu seu primeiro disco de ouro com 100 mil cópias e dividiu o palco com as duas vocalistas antecessoras, além dos puxadores do trio do antigo bloco.


Mas foi mesmo em Veja Alto, Ouça Colorido (2007) que Saulo conseguiu carimbar sua personalidade, sem interferência de empresários ou gravadora – que, aliás, mudou da Universal para a Som Livre exatamente para ter mais autonomia. O disco foi o primeiro a não trazer o cantor na capa, o que Saulo considerou um avanço para vender música, não sua imagem, além de trazer uma de suas composições mais emblemáticas, "Rua 15", que falava sobre a baianidade e o orgulho das raízes africanas, com 50 mil cópias.

Em Lugar de Alegria (2009) o cantor afunilou ainda mais o amor pela música africana e sua influência no axé tradicional, convidando alguns importantes cantores do gênero para o trabalho, como Margareth Menezes e Carlinhos Brown, vendendo mais 40 mil cópias. O último álbum do cantor já mostrava uma distância de anos-luz do primeiro, com grandes influências do reggae, além do clima já tradicional africano, trazendo as duas canções de maior sucesso da banda em sua fase, "Circulou" e "Preta", marcando 25 mil cópias.


No fim, com sua saída em 2013, Saulo deixou o grupo com uma marca totalmente diferente da que entrou, tirando o ar sintético que o grupo na gestão Emanuelle, que procurava reproduzir o sucesso da fase com Ivete, sem sucesso. Saulo se tornou, assim, um dos maiores cantores do gênero na Bahia, tão grande para o Eva a ponto de precisar voar solo. E que voo!

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